Publicado por: gprop | abril 28, 2008

Workshop

Inscrições aqui!

Workshop

Publicado por: gprop | abril 28, 2008

Dieta e Anemia

A desnutrição atualmente atinge mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo e sua causa pode ser decorrente da deficiência ou ausência de qualquer nutriente, sendo que sua instalação e gravidade dependem da causa, intensidade e duração da carência. Pode ser causada, primariamente, por dieta inadequada ou, secundariamente, por deficiência na absorção e, ou ingestão deficiente, por um aumento da utilização ou ainda, excreção excessiva de nutrientes. A desnutrição por si só pode acarretar em anemia, a qual nem sempre está associada à deficiências multivitamínicas e minerais.

Dentre as anemias por deficiências de minerais, a deficiência de ferro é mais prevalente. Estima-se que ao menos 700 milhões de pessoas no mundo tenham anemia por deficiência de ferro. A anemia por deficiência de ferro está presente em 36% da população de países em desenvolvimento e em aproximadamente 8% da população de países desenvolvidos. A deficiência na ingestão de ácido fólico e/ou vitamina B12 também deve ser considerada como outra causa importante no surgimento de um quadro anêmico, estando entre as principais causas de anemia relacionadas às deficiências vitamínicas. Em relação ao ácido fólico o quadro anêmico pode surgir devido à ingestão de uma dieta pobre em quantidade dessa vitamina e não devido à redução da ingestão de um determinado grupo de alimentos.

A dieta apresenta um importante papel na redução do risco da ocorrência de anemia. As principais fontes de ferro da dieta são as de origem animal, como carne bovina. Dentre os vegetais, destacam-se o feijão, o espinafre, a couve e a beterraba. O ácido fólico é encontrado praticamente em todos os tipos de alimentos: hortaliças, produtos lácteos, aves, carnes bovina, frutos-do-mar, frutas, grãos, cereais e frutos secos — noz, avelã etc. O ácido fólico está presente em alta concentração em alimentos como espinafre, lima, fígado, feijão, brócolis, amendoim e couve-de-bruxelas. Alimentos de origem animal são a principal fonte de vitamina B12, como carnes, peixes, produtos lácteos e ovos.

Apesar das anemias carências, principalmente aquelas relacionadas à deficiência de minerais e vitaminas, serem as de maior prevalência estas não são as únicas causas que podem levar a um quadro de anemia. Visto isso, uma vez diagnosticado o quadro anêmico, deve ser avaliada a exata causa dessa doença para a realização da correta terapia. Isso implica que a anemia não deve ser tratada indiscriminadamente com suplementos vitamínicos e minerais antes da caracterização da real causa dessa doença.

Marcelo Macedo Rogero 1

Ricardo A. Fock 2

Primavera Borelli 2

1. Pós-Doutorando pelo Depto. de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo.

2. Professores da disciplina de Hematologia Clínica, Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo.

Publicado por: gprop | abril 24, 2008

Destaques do Fórum

Realizado no Anfiteatro Verde (Mª Aparecida Pourchet Campos) da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, o Fórum “Como Informar sem Estimular” teve sucesso no objetivo de propagar a mensagem para um grande número de pessoas. O auditório atingiu sua capacidade máxima durante o evento, que se estendeu até as 14 horas.

O projeto Monitoração, em fase final e apesar de ser de âmbito nacional, não se caracterizava por uma notabilização suficiente dos profissionais das áreas mais envolvidas – farmacêuticos e profissionais da área da propaganda. No entanto, os presentes puderam conhecer e se familiarizar com o trabalho realizado e com a situação atual do marketing farmacêutico de modo geral e, mais especificamente, no Brasil.

A Diretora da FCF e do projeto Monitoração, Profª. Drª. Terezinha Andreolli Pinto, abriu o Fórum explanando a situação atual da propaganda de medicamentos e os dois lados da questão a serem debatidos – o lado do marketing e o lado da saúde. Citou argumentos de quem era radicalmente contra e de quem era a favor de propaganda totalmente liberada, como um comercial de chocolates. Obviamente, o intuito era alcançar um meio-termo que atendesse a todos da melhor forma possível.

Em seguida, Geraldo Araújo, ex-GPROP, fez uma breve explanação sobre incorreções na propaganda medicamentosa: os tipos de erros mais comuns, dados estatísticos sobre o uso incorreto e a propaganda imprópria e números que demonstravam como o Projeto Monitoração fez efeito em nível nacional.

A aluna Tassia Cristina Decimoni, coordenadora do Projeto Monitoração, deu detalhes do projeto, sua história, sua formação, seu funcionamento, seu objetivo, tudo pontuado com exemplos e explicando a regulamentação das propagandas e com vários exemplos de incorreções em diversas propagandas. Expôs a abrangência do projeto, desde a ANVISA até as universidades afiliadas. Mencionou a obrigação do farmacêutico em alertar o paciente para o consumo desenfreado de medicamentos.

Júlio César Ruiz, ex-Presidente do Centro Acadêmico, gerente de produtos da Boehringer – Ingelheim do Brasil, explicou a posição do farmacêutico dentro do marketing dos produtos. Citou também a preocupação das grandes indústrias em terem propagandas mal-interpretadas, que é bastante grande, e que os anúncios errôneos tendem a ser produto de empresas menores, com produtos costumeiramente de baixa qualidade. Júlio avaliou também que a propaganda diretamente à população é pouco nociva, pois o médico é o decisor final. A propaganda mais importante é para o médico: É preciso levar a ele a informação com a maior veracidade possível.

Posteriormente, Dr. Paulo Junqueira, gerente médico da Roche, apresentou um argumento contrário às DTC, propagandas diretas ao consumidor. Foi mais fundo na questão da fiscalização, citando que propagandas abusivas não perduram mais somente por denúncia da concorrência; e que a falta de fiscalização por parte das autoridades é um problema muito maior do que a simples regulamentação da mesma.

Dr. Paulo explanou também sobre a agência interna de publicidade que a Roche mantém para a realização de seus anúncios, e sobre a dificuldade de conciliar os interesses dos propagandistas com o interesse da área da saúde – por vezes, boas idéias têm que ser engavetadas para não ocorrer nenhum problema. Tudo para proteger o rosto da empresa, pois a marca é o bem mais valioso da mesma.

Raphael Revert, propagandista da Merck-Sharp-Dohme, discutiu a figura do representante de vendas, que não deve ser um mero vendedor, e sim mais um agente comprometido com a saúde. Reiterou que a amostra grátis deve ser um facilitador, mas não o objetivo, como vem sendo tratada freqüentemente; detalhou a relação entre o médico e o representante, que deve ser construída à base de observação e conhecimento do cliente. Mencionou também a importância de ambos para a utilização correta do produto, uma vez que mau uso pode causar o abandono do mesmo.

Dr. Marcos Broglio, médico urologista do Hospital Geral de Guarulhos, citou os problemas de adequação do paciente ao remédio, e citou ocorrências negativas que atravancam a relação e acabam comprometendo a adesão ao tratamento. Discorreu também sobre relações espúrias entre médico e farmácia, práticas reprováveis que promovem medicamentos não necessariamente melhores. Citou o fato de que médicos de uma área prescrevem medicamentos de outra área, por diversas razões, e as amostras grátis, que são usadas sem critério pelos pacientes.

Por fim, o Prof. Dr. Moacyr Aizenstein, palestrando sobre o uso irracional de medicamentos, citou as muitas conseqüências da automedicação, mas também suas causas sociais. Prosseguiu desenvolvendo-se em como evitá-la ao máximo: educação da população, em hospitais e farmácias, com a existência de protocolos clínicos, medidas regulatórias e também econômicas, como incentivo a agentes de saúde. O professor citou ainda que 25% dos PRM – erros de medicação – poderiam ser evitados.

Com toda essa informação, podemos esperar que tenha sido incutida nos presentes a consciência a respeito de propaganda racional, de modo a formar uma classe de profissionais conscientes para o uso racional de medicamentos.

Não é preciso ler muitos livros teóricos para descobrir um conceito básico da economia aplicada neste assunto: o setor de medicamentos precisa ser regulamentado (inclusive na questão de propaganda) por uma simples questão conhecida entre os economistas como “assimetria de mercado”. Este termo refere-se ao fato de quem compra um medicamento (o paciente) não tem a capacidade técnica de julgar as informações passadas por quem fabrica e vende (a indústria farmacêutica e as farmácias). Portanto, uma entidade que tutela o interesse público maior da população deve intervir nesta relação: o Estado. Desta maneira, impede-se que exageros sejam cometidos de ambas as partes.

É digno de nota que o setor produtivo que é ético e responsável defende esta posição, pois ela dá espaço para que os competentes e mais eficientes sobrevivam dentro do mercado concorrencial justo, ainda que regulado.

O Estado, entretanto, utiliza-se da ferramenta regulatória como instrumento político e, com uma atitude muitas vezes puerilmente paternalista, exagera na dose do “remédio regulatório” como se assim todos os problemas de uso racional de medicamentos fossem resolvidos com um simples decreto ou uma RDC.

Estudos em outros países sobre regulação de propaganda mostram que a auto-regulamentação na propaganda de medicamentos parece ser o caminho mais moderno e responsável, sem que haja necessidade da postura unilateral dos órgãos regulatórios do governo.

E, mais uma vez, as evidências mostram que a educação de um povo é soberana na questão sobre como a população vai consumir medicamentos ou outros produtos quaisquer que interferem na saúde como um todo (cigarro, bebidas alcoólicas, comida etc). Não é diminuindo a quantidade de informação que é veiculada que vamos tornar as pessoas mais educadas e responsáveis como consumidoras, mas certamente é mais fácil e politicamente visível fazer o papel do Estado que tudo vê, tudo sabe e tudo controla. Infelizmente, sabemos que na prática nem sempre as coisas funcionam como Brasília quer, e antes de se preocupar com o consumo irracional de medicamentos o Estado deveria preocupar-se com o simples acesso ao sistema de saúde e, quem sabe, a algum medicamento, realidade essa que não existe para milhões de brasileiros. Isso sim seria cuidar da saúde das pessoas, sem demagogismo.

Dr. Régis Delfini – CRM 80554

(O Dr. Régis Delfini é formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e atualmente é Gerente Médico de Produto da Nycomed Pharma Ltda.)

Publicado por: gprop | abril 5, 2008

Informar sem Estimular

O Projeto de Monitoração de Propagandas de MeDicamentos e Produtos para Saúde (Fase III) convida para o Fórum Como Informar sem Estimular.

Estarão presentes profissionais da indústria farmacêutica que estão envolvidos nesse processo – o Gerente de produto (Boehringer-Ingelheim), o Registro ou Jurídico (Roche), o Propagandista (Merck) para que apresentarem seu dia-a-dia e sua opinião sobre a atual situação da propaganda de medicamentos.

O fórum contara também com as presenças da Prof. Terezinha de Jesus Andreoli Pinto (Diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP), Geraldo F. de Araujo (mostrará os resultados da Fase II do Projeto de Monitoração) e da Dr. Vera Lúcia (médica do HC, dará sua opinião sobre o impacto da propaganda em sua prescrição).

Dia 12/04 – 9:00 às 12:00h, no Anfiteatro Verde – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP | Avenida Lineu Prestes, 580 – Cidade Universitária – Butantã.

Não é necessária inscrição para participar.

ENTRADA FRANCA.

Publicado por: gprop | março 28, 2008

Um breve histórico

A visão farmacêutica atual, constantemente aperfeiçoando conhecimentos de farmacologia, interações medicamentosas, aspectos toxicológicos e segurança dos medicamentos, visa particularmente ao paciente. Neste sentido, a Política Nacional de Saúde possui como parte essencial, a Política Nacional de Medicamentos, um dos elementos fundamentais para a efetiva implementação de ações capazes de promover a melhoria das condições de assistência à saúde da população.

Assim a lei n° 8080/90, em seu artigo 6º, estabelece, como campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), a formulação da Política Nacional de Medicamentos (Portaria nº 3.916 de 30 de outubro de 1998), que possui, em seu propósito precípuo, a garantia necessária da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção de seu uso racional e o acesso da população àqueles medicamentos considerados essenciais.

A Conferência de Especialistas sobre o Uso Racional de Medicamentos, em Nairóbi, na qual a OMS se posicionou com estratégia reavaliada sobre medicamentos, definiu que o uso racional de medicamentos requer que o paciente receba a medicação apropriada para a sua necessidade clínica, em dosagem que atenda à sua própria exigência individual, por um período de tempo adequado, e com o menor custo para ele e sua comunidade (World Health Organization 1985).

A influência da propaganda de medicamentos, dirigida diretamente ao consumidor, ocasionava preocupações aos órgãos governamentais e aos profissionais da saúde, dado que estimula a automedicação. Assim, em 1988, a Organização Mundial da Saúde publicou documento denominado “Critérios éticos para a promoção de medicamentos”, fruto da estratégia revisada sobre medicamentos, baseada na Conferência de Nairóbi (Conference ofthe Rational Use of Drugs, 1985).

De acordo com os critérios aprovados, a propaganda deve favorecer informações equilibradas, baseadas em dados cientificos, e sem ambigüidades, o que não raramente ocorre. Desta forma, comprometida com a ética e o bem estar coletivo, a Bio Farma vem procurando, com crescente rigor, cumprir as normas vigentes, colocando-se como um veículo de informação, dirigido ao meio acadêmico e à indústria, totalmente em consonância com a saúde pública.

 

Profª. Drª.Terezinha de Jesus Andreoli Pinto,
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

 

(Editorial da Revista Biofarma, gentilmente cedido por seus colaboradores.)

Categorias